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Não é só usar a IA; é preciso abraçá-la
*Vera Thomaz, CMO da Unentel
O que mais a Inteligência Artificial pode fazer para o meu negócio? Além de otimizar processos e automatizar tarefas — o que deixou de ser um diferencial futurístico e tornou-se um requisito do presente para quem deseja se manter competitivo no mercado orientado por dados —, ouso dizer que ela é a chave para revolucionar alguns setores.
Na saúde, por exemplo, ela já auxilia no diagnóstico precoce de doenças e na personalização de tratamentos. No mercado financeiro, algoritmos inteligentes analisam padrões e preveem riscos com precisão. No varejo, a personalização da experiência do consumidor está cada vez mais sofisticada, enquanto, na educação, plataformas inteligentes adaptam conteúdos conforme o ritmo de aprendizado de cada aluno.
Na minha prática do dia a dia, tenho experimentado os incríveis benefícios da tecnologia. Ela me ajuda a entender melhor nossos clientes, a desenvolver soluções que realmente atendem às suas necessidades e a fortalecer nossas estratégias comerciais; e acredito que pode até transformar a maneira como tomamos decisões.
E não sou só eu, é claro. No Brasil, o mercado tem me impressionado pela sua evolução: nosso país está se destacando em utilizar ferramentas como a IA generativa, superando a média global com 54% de adoção em 2024, enquanto o mundo fica em 48%.
Ao mesmo tempo, isso me faz refletir sobre os desafios que ainda enfrentamos. Quando olhamos para a posição do país em rankings globais de desenvolvimento dessa tecnologia, percebo que há muito a ser feito. O Brasil ocupa a 34ª posição em um ranking de 36 países feito pela Universidade de Stanford, e isso me leva a questionar o que falta para avançarmos ainda mais.
A resposta parece óbvia: mais investimentos, maior infraestrutura tecnológica e uma estratégia nacional mais robusta para realmente integrar o desenvolvimento da IA à nossa economia. A gente usa, mas não faz. Precisamos mais do que aproveitar a tecnologia disponível, mas abraçar seu potencial e criar nosso próprio mercado competitivo.
A IA generativa, em particular, me empolga muito. Ela está transformando a criação de conteúdo de maneiras que poucos imaginavam ser possível. Seja criando campanhas de marketing dinâmicas ou personalizando a experiência do cliente, ela está realmente elevando o nível. E quem souber utilizá-la de forma estratégica não apenas será mais eficiente, mas também estará sempre um passo à frente no mercado.
No entanto, sei que, com as oportunidades, vêm os desafios. A ética na utilização da IA é algo que não podemos ignorar, especialmente nessa corrida para sua adoção: 77% das empresas já planejam investir em IA até o final deste ano, de acordo com uma pesquisa recente da SAS.
Acredito que esse dado evidencia seu papel como um diferencial competitivo no mercado, mas desperta a preocupação sobre sua utilização responsável, transparente e alinhada aos valores corporativos. Para que isso aconteça, não basta apenas investir em ferramentas; é preciso capacitar as equipes para garantir a sabedoria e a visão estratégica necessárias.
A Inteligência Artificial está moldando o presente e, sem dúvida, o futuro dos negócios. Este é um caminho sem volta. O ideal é que as empresas integrem a tecnologia de maneira profunda nas suas rotinas, não só a adotem como mais uma ferramenta para otimização de processos.
A verdadeira transformação começa quando deixamos de ser meros consumidores da IA e passamos a ser também seus desenvolvedores, contribuindo para o avanço de soluções que atendam às nossas necessidades locais. Esse é o caminho para tornar o Brasil líder na criação de tecnologias que realmente moldem o nosso mercado, e não apenas como um usuário passivo das inovações dos outros.